5 etapas para autoavaliares as tuas competências profissionais

Muitas vezes em contexto profissional somos questionados sobre as qualidades que dominamos e as competências que temos por desenvolver. Estas questões podem deixar-nos muito pensativos e, portanto, sem uma resposta óbvia.

Como podemos prever estes cenários?

Através de momentos de introspeção periódicos que nos façam pensar sobre aquilo que somos e as capacidades que temos e aquelas que precisamos de trabalhar. E há dois fatores que são muito importantes neste exercício: a paciência e a compreensão.

Relembrando as Hard Skills e Soft Skills

Para perceberes a importância de trabalhar as tuas competências deves fazer uma clara distinção entre Hard Skills e Soft Skills. Se leste o nosso último artigo, sabes tudo sobre estes dois tipos de competências, mas aqui fica um resumo: as Hard Skills estão associadas a um método de aprendizagem que geralmente requer instruções de alguém experiente. Já as Soft Skills são as capacidades que fazem parte de nós de uma forma intrínseca. São as qualidades que utilizamos no nosso dia a dia e que definem a forma como nos comportamos e interagimos com os outros. De uma forma geral, as primeiras são adquiridas com algum tipo de treino e formação, as seguintes são adquiridas ao longo da nossa vida.

O exercício de Introspeção

Antes de iniciar um exercício de introspeção, deves preparar o ambiente onde o vais fazer. Escolhe um local onde te sintas confortável, quer em questões sonoras como de luminosidade e onde não sejas interrompido.

O espaço onde fazes o exercício deve ser familiar e deves sentir-te confortável ao máximo.

1. Escolhe uma periodicidade para fazer o exercício

Definir de quanto em quanto tempo vais fazer a tua avaliação é importante para o processo. Isso depende de como está a tua situação profissional e das tuas motivações para o futuro. Dependendo disto, podes fazê-lo entre períodos maiores ou menores de tempo.

2. Reflete sobre quais são os teus pontos fortes e pontos fracos

A sinceridade com que encaras esta fase é decisiva para o sucesso do exercício. Distorcer respostas e enganar a ti mesmo não te vai levar a lado nenhum.

Pode ser uma tarefa difícil para quem tem dificuldades em olhar para si e identificar defeitos ou para quem for crítico em demasia e não conseguir reconhecer os seus méritos. Sê sincero e coerente!

Faz uma tabela do estilo prós e contras e escreve os teus pontos fortes e os teus pontos de melhoria, de acordo com as perguntas abaixo. 

  • Em que é que eu sou bom?
  • Como sou em ambiente de trabalho?
  • Qual a minha melhor/pior característica?
  • Que características não tenho e gostava de ter?
  • Em quais situações é que me sinto mais desconfortável?
  • Qual é a minha maior dificuldade?

3. Compreende os teus pontos a melhorar

Depois de responderes às perguntas anteriores, observa os teus pontos fracos e identifica em que situações é que eles surgem.

Pensa se eles são aspetos pessoais ou profissionais e em que situações é que já representaram uma barreira no teu relacionamento com os outros, ou nas tuas tarefas e desempenho.

Tenta associar esses aspetos a ações que tenham acontecido e como é que podias ter melhorado esse momento. Reconhecer os teus defeitos é o primeiro passo para os superar.

4. Usa os defeitos a teu favor

Depois de compreenderes os teus pontos de melhoria, define ações em que podes usá-los de forma a desenvolvê-los. Não sejas extremista e desenha essa melhoria como um processo gradual; os caminhos rápidos nem sempre nos ajudam a alcançar os objetivos.

Começa com pequenas iniciativas para que possas ser estimulado aos poucos.

Se insistires em alguma ação que não esteja a resultar de forma positiva, para! Usa essa energia para descobrir outras ações mais positivas.

5. Planeia o futuro

Em sequência da etapa anterior, faz uma lista das ações a que te propões. Podem ser coisas simples como, por exemplo, dizer bom dia a todas as pessoas com quem te cruzas na rua, no caso de teres como objetivo desenvolver a tua simpatia e interação com os outros.

Pensa naquilo que queres melhorar e encontra soluções para o alcançar. Inscreve-te em cursos, lê livros, participa em dinâmicas de grupo. Pensa em como queres estar no futuro e o que podes fazer para chegar lá. Isto aplica-se quer a nível pessoal como profissional.

O que deves ter em conta

É importante registares este processo para poderes observar a tua melhoria com o tempo.

Se não estiveres a conseguir fazê-lo sozinho, não há problema, é perfeitamente normal! Podes, por exemplo, procurar um programa de coaching ou um mentor que te possa ajudar a encontrar as tuas respostas.

O mais importante é não perder o foco, tentar e nunca desistir. E lembra-te sempre que sinceridade é decisiva, deves ver cada situação como uma avaliação e nunca como um julgamento.

Para terminar, algumas dicas para trabalhares as tuas competências:

  • Desconstrói uma competência “Master” e identifica as componentes mais importantes e que podes ir trabalhando aos poucos;
  • Entra em ação, não podes aprender ou aprofundar uma competência apenas lendo sobre ela;
  • Trabalha a tua mentalidade de crescimento (acredita sempre que podes aprender);
  • Avalia objetivamente os teus pontos fortes e pontos fracos;
  • Trabalha a tua autocorreção – aprende com os erros para te tornares melhor;
  • Trabalha a tua capacidade de receber e aceitar Feedback de terceiros;
  • Concentra-te em melhorar uma coisa de cada vez;
  • Foca-te em metas a curto e longo prazo;
  • Cria prioridades e encontra tempo e disponibilidade para treinares as tuas competências;
  • Encontra a tua própria forma otimizada de aprender.

Lembra-te que é um processo contínuo

Reconhecer que precisamos de crescer e evoluir de uma forma ativa, quer a nível profissional quer a nível pessoal já é uma qualidade por si só. Se tiveres este mindset, já estás num bom caminho. O primeiro passo é sempre ter a noção de que precisamos de trabalhar para nos tornamos melhores naquilo que somos.